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???metadata.dc.type???: Tese
Title: Dos autos de defloramento às postagens virtuais: a construção discursiva da mulher em crimes sexuais – permanências e rupturas
???metadata.dc.creator???: Azevedo, Illa Pires de 
???metadata.dc.contributor.advisor1???: Alvarez, Palmira Virgínia Bahia Heine
First advisor-co: Pereira, Anderson de Carvalho
???metadata.dc.description.resumo???: Este trabalho está inserido no âmbito dos estudos discursivos e tem como objetivo principal investigar como se constrói, pelo discurso, a imagem da mulher em processos crimes. Desse modo, parte do princípio de que a relação do sujeito com seu corpo – ou com os corpos – não lhe é transparente, e tem como foco de análise os Autos de Defloramento datados do início do século XX (QUEIROZ, 2018) e materialidades do século XXI (Revista Eletrônica Bahia Forense 2019, 2020). Buscando atender aos objetivos propostos, deslocamos aqui o sentido de hímen, como marca biológica da virgindade feminina, para inseri-lo dentro de um funcionamento histórico, regulado por uma memória discursiva, a qual ainda incide sobre a sexualidade feminina. Desse modo, ancorados no aporte teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, do filósofo Michel Pêcheux (1990, 2009, 2010) e outros estudiosos da mesma vertente teórica que o referido autor: Eni Orlandi (2007, 2012, 2013), Freda Indursky (2009, 2011, 2013), Suzi Lagazy (1988), dentre outros, serão analisadas as formações discursivas e ideológicas acerca da mulher veiculadas nos referidos documentos, bem como o funcionamento da memória discursiva, observando-se como esses sujeitos são caracterizados discursivamente nesses processos. Para tanto, foram considerados os elementos sociais, as ideologias, a História, as condições de produção do discurso, tomando como base a ideia de que os discursos não são fixos, mas se modificam e acompanham as transformações sociais da humanidade, sendo, pois, constituídos na/pela História. Considerou-se também o fato de que a língua é opaca e não transparente, e de que não existe uma relação direta entre o signo e o referente. Assim, os gestos de leitura aqui realizados nos permitiram observar que corpo e sujeito estão imbricados no processo discursivo, de modo que o corpo significa, materializa-se e circula de diferentes maneiras a partir de diferentes significantes, sendo interpretado por sujeitos distintos e que ocupam diferentes lugares no discurso. Diante dos documentos analisados, pode-se dizer que as mulheres vítimas de crimes sexuais significam como maculadas e o espaço institucional jurídico em que são ouvidas pressupõe uma exposição pública de seus corpos. Além da carne, há a história, a ideologia e a subjetividade funcionando e fazendo circular efeitos de sentidos e possibilitando os dizeres. Os discursos recuperados sobre a virgindade e a subjetivação da mulher nos corpora analisados reafirmam determinadas construções sobre a sexualidade e o corpo femininos. Biologicamente, tem-se um corpo comum a todas as mulheres; ideologicamente, não. O discurso dominante da virilidade masculina e dos desejos sexuais aflorados do homem, assim como a culpabilização da mulher foram recuperados e atestam subjetivações distintas para homens e mulheres e seus respectivos corpos. Silenciadas também estiveram outras posições acerca da mulher, de modo que o silêncio imposto às vítimas faz ressoar posições que sustentam formações discursivas distintas, uma vez que trabalha no jogo da contradição de sentidos. De um lado, o discurso da lei; do outro, a vítima e o acusado. No meio, a política do silêncio fazendo-os significar.
Abstract: This work is inserted within the scope of discursive studies and has as main goal to investigate how, by discourse, the image of women in legal actions. Thus, it starts from the principle that the relationship of the subject with their body – or with the bodies – is not clear to them, and focuses on the analysis of deflowering records dated from the early twentieth century (Queiroz, 2018) and materialities of 21st century (Bahia Forensic Electronic Magazine 2019, 2020). Seeking to meet the proposed goals, we move here the sense of hymen, as a biological mark of female virginity, to insert it within a historical functioning, which IS, in turn, regulated by a discursive memory, which still regulates female sexuality. Thus, anchored in the theoretical-methodological contribution of the French line discourse analysis, philosopher Michel Pêcheux (1990, 2009, 2010) and other scholars of the same theoretical aspect as the author: Eni Orlandi (2007, 2011, 2012), Freda Indursky (2009, 2011, 2013), Suzi Lagazy (1988), among others, will be analyzed the discursive formations and ideological about the woman conveyed in these documents, as well as the functioning of discursive memory, observing how these subjects are discursively characterized in these processes. To this end, the social elements, ideologies, history, the conditions of production of discourse were considered, based on the idea that discourses are not fixed, but change and follow the social human transformations, therefore being constituted in history and for history. It was also considered the fact that the language is opaque and not transparent, and that there is no direct relationship between the sign and the referent. Thus, the reading gestures made here allowed us to observe that body and subject are imbricated in the discursive process, so that the body means, materializes and circulates in different ways from different significant, being interpreted by distinct subjects and occupying different places in the speech. Given the documents analyzed, it can be said that women victims of sexual crimes mean as being tarnished and the legal institutional space in which they are heard presupposes a public exposure of their bodies. In addition to flesh, there are history, ideology and subjectivity working and circulating meaning effects and enabling the words. Speeches about the virginity and subjectivation of women recovered in the analyzes corpora reaffirm certain constructions on sexuality and female body. Biologically, there is an equal body for all women; Ideologically, there is not. The dominant discourse of male virility and the emerging sexual desires of man, just as the blame of women have been recovered and attests different subjectivations for men and women and their respective bodies. Other positions about women have also been silenced, so that the silence imposed on victims resonate positions that support distinct discursive formations, as it works for the meaning contradiction game. On the one hand, the Speech of Law; On the other, the victim and the accused. In the middle, silence policies giving them meaning.
Keywords: Mulher
Corpo
Hímen
Crimes sexuais
Discurso Jurídico
Woman
Body
Hymen
Sexual crimes
Legal discourse
???metadata.dc.subject.cnpq???: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Language: por
???metadata.dc.publisher.country???: Brasil
Publisher: Universidade Estadual de Feira de Santana
???metadata.dc.publisher.initials???: UEFS
???metadata.dc.publisher.department???: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
???metadata.dc.publisher.program???: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Citation: AZEVEDO, Illa Pires de. Dos autos de defloramento às postagens virtuais: a construção discursiva da mulher em crimes sexuais – permanências e rupturas, 2023, 180f., Tese (Doutorado em Estudo Linguísticos), Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.
???metadata.dc.rights???: Acesso Aberto
URI: http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1567
Issue Date: 23-Mar-2023
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