@MASTERSTHESIS{ 2008:1298237764, title = {A violencia sexual na perspectiva de alunos adolescentes e professores das escolas públicas de Feira de Santana}, year = {2008}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1300", abstract = "A violência sexual é considerada um problema mundial de saúde de pública que afeta pessoas de todas as classes sociais, independente de sexo, idade, religião ou contexto sócio-econômico (OMS, 2002). Este estudo teve como objetivo analisar o conhecimento da problemática e o relato de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, através de alunos adolescentes de 14 a 19 anos, de ambos os sexos, matriculados nas escolas públicas estaduais, bem como professores atuantes na rede de Feira de Santana, Bahia, em 2006. Estudo epidemiológico de corte transversal, com amostra aleatória, estratificada por conglomerado e estágios múltiplos (escolas, alunos e professores). As variáveis foram sócio-demográficas, relacionadas ao conhecimento do problema e relato de casos de vitimização. O procedimento de amostragem foi realizado em dois estágios, considerando o universo de 42 escolas, selecionando-se 10. Da mesma forma, do total de 38.352 alunos, foram selecionados 833 e do total de 1348 professores, 100. Foi realizada análise descritiva, assim como, calculado a Prevalência (P) e Razão de Prevalência (RP) entre variáveis sócio-demográficas de alunos e professores em relação às diversas variáveis do modelo. Para os dados dos alunos foram calculados P e RP do conhecimento e relato de casos (vítima, violência, agressor, encaminhamento), segundo sexo e faixa etária. Para os professores, seguiu-se o mesmo raciocínio, utilizando como variáveis dependentes a faixa etária e o tempo de serviço. Os resultados apontaram que acima de 60% dos alunos eram do sexo feminino e tinham ensino médio incompleto e mais de 80% dos professores do sexo feminino e acima de 70% tinham pós-graduação. Em relação ao conhecimento, os alunos revelaram conhecer mais sobre pornografia, enquanto os professores conheciam as diversas formas de violência sexual. As mudanças comportamentais da vítima, diante da família, mais apontadas por alunos e professores, foram o isolamento, bem como a tristeza e agressividade; enquanto que, na escola, foram baixa concentração e baixo rendimento escolar. Entre os alunos, o sexo feminino apresentou resultados com significância estatística, em relação ao masculino. Em relação às conseqüências comportamentais, o isolamento (RP = 1,20), bem como a tristeza e agressividade (RP = 1,41). Nos fatores de risco, aceitar passeio com estranhos (RP = 1,37), consumo de álcool e drogas na família (RP = 1,39) e conflito familiar (RP = 1,66). Quanto ao agressor, destaca-se o pai (RP = 1,80). No que diz respeito ao relato de casos, ¼ da amostra de alunos e professores relataram conhecer ou estiveram próximo de algum caso de vitimização pela violência sexual, sendo o estupro a forma mais apontada. Os locais de maior ocorrência foram o domicílio e a rua; a faixa etária apontada para maior vitimização foi de 10 a 16 anos, muito embora com relato de casos em crianças abaixo de 10 anos. O pai foi citado como principal agressor e as intimidações mais utilizadas foram a força física e ameaça verbal, com seqüelas em genitais e ânus. Na análise da RP, adolescentes do sexo feminino relataram mais casos de vitimização (RP = 1,53), com resultados significantes: de estupro (RP = 2,28), de casos divulgados (RP = 1,70), na faixa etária de 10 a 16 anos (RP = 1,75), com ocorrência no domicílio (RP = 2,40), em relação ao masculino. Segundo alunos e professores, os principais denunciantes foram a mãe e a própria vítima. Na questão do enfrentamento dessa violência pela Escola, os professores citaram a importância da orientação com atividades educativas, identificação de sinais clínicos e denúncia dos casos. As principais conclusões desta pesquisa foram que, comparado ao sexo masculino, as adolescentes mostraram as maiores prevalências do conhecimento do problema e do relato de caso(s) de violência sexual. Professores (mais de 70% do sexo feminino) com tempo de serviço menor que 15 anos também apresentaram maiores índices de conhecimento e do relato de casos, em relação àqueles com maior tempo de serviço. Segundo alunos e professores, a vitimização ocorreu principalmente, na adolescência inicial e intermediária sob a forma de estupro e o pai foi o principal abusador. Considera-se que o enfrentamento da violência sexual exige ações abrangentes, intersetoriais, com envolvimento da família, sociedade, bem como a implementação de políticas públicas direcionadas à proteção voltadas à infância e adolescência.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva}, note = {DEPARTAMENTO DE SAÚDE} }