@MASTERSTHESIS{ 2016:1703686137, title = {O dizer e o poder dizer: a assunção da autoria na escola}, year = {2016}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/364", abstract = "A autoria é uma das posições tomadas pelo sujeito dentro da atividade discursiva. No entanto é também, paradoxalmente, nessa função que está o apagamento do sujeito, sua dispersão. À luz da Análise de Discurso de Linha Francesa, mais especificamente os estudos de Pêcheux (1999; 2009), Orlandi (1996; 2012; 2013), Pacífico (2012), Indursky (1999), a presente pesquisa busca analisar o processo de assunção da autoria no ambiente escolar em sua relação com a leitura, o texto e a interdição. A autoria aqui foi discutida sob três perspectivas: 1) Sua relação com o texto; 2) Sua relação com a leitura polissemia; 3) Sua relação com a interdição do dizer. Partindo da hipótese de que a escola não oferece condições para que o aluno assuma a posição de sujeito-autor, por estar inserida na Formação Ideológica (FI) a qual entende a língua como transparente não sujeita ao equívoco, aos deslizes de sentidos e o que o texto é visto como um produto pronto e acabado. A fim de verificar os efeitos de sentidos do discurso do professor na (não) assunção da autoria por parte dos alunos, por entender que o discurso do professor, quando inserido na FI dominante pode gerar efeitos de interdição na autoria dos alunos, foram analisadas três materialidades: o discurso dos dois professores participantes, a fala e produções escritas dos alunos em duas aulas de produção textual para alunos de 4º e 5º anos do Ensino Fundamental I. A atividade consistia na produção textual de uma narrativa com base numa tirinha sem falas, a mesma tirinha foi fornecida aos dois professores para que pudessem planejar suas aulas. Indícios de tentativa de interdição foram analisados e verificados nos discursos dos dois professores, ainda que um deles tenha produzido um discurso que forneceu maior abertura para a polissemia dos sentidos na oralidade, tais como: preocupação com o aspecto formal do texto, solicitação para que fosse realizada uma descrição das imagens e não a produção de uma narrativa com base na tirinha. Diante das análises apresentadas e dos dados levantados é possível afirmar que os alunos não construíram plenamente a autoria, pois: 1) A leitura polissêmica não foi motivada; 2) O texto não foi visto como heterogêneo, atravessado por diversos discursos; 3) Houve, por conseguinte, tentativa de interdição no discurso dos professores. Para a AD, o texto é atravessado por diversos discursos e produz efeitos de sentidos diversos que variam de acordo com quem lê e em que condições de produção essa leitura acontece. Quando o texto é visto como produto pronto e acabado, como se já houvesse um sentido pré-estabelecido, a leitura polissêmica não acontece. A leitura polissêmica fornece condições para que o aluno produza gestos de interpretação, mobilize a memória e possa sentir-se responsável por “seu” dizer. É pertinente concluir, portanto, que a autoria dos alunos foi silenciada.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Estudos Linguísticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }