@MASTERSTHESIS{ 2017:1995099883, title = {Determinantes sociais de doenças e agravos nas comunidades quilombolas de Feira de Santana-BA}, year = {2017}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/630", abstract = "Ainda são escassos os estudos referentes à investigação da condição de vida e saúde das populações quilombolas, especialmente no que tange à análise dos fatores associados à prevalência de doenças e agravos. Objetivos: Analisar as doenças e agravos mais prevalentes e verificar sua associação com fatores socioeconômicos, ambientais e das condições de saúde nas comunidades quilombolas do município de Feira de Santana, Bahia, no ano de 2016. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de prevalência, de base populacional, realizado com 864 adultos quilombolas, de ambos os sexos, com idade acima de 18 anos, residentes nas duas comunidades quilombolas de Feira de Santana, Bahia. Foi utilizada uma amostra probabilística. A coleta de dados foi realizada através de visitas domiciliares, tendo sido aplicados três instrumentos validados, contendo perguntas referentes às condições demográficas, socioeconômicas, ambientais, das condições de saúde e acerca das doenças e agravos. Foram feitas análises descritivas e bivariadas, considerando um IC80% e p≤0,20 para verificar a associação entre as variáveis de exposição e de desfecho. Realizou-se uma análise fatorial exploratória, a partir do emprego da correlação tetracórica, com objetivo de identificar quais as doenças e agravos mais prevalentes. Para analisar os fatores associados às doenças e agravos, empregou-se a análise de regressão logística hierarquizada. Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico Stata Corportion Colege Station, Estados Unidos (STATA), em sua versão 12.0. A partir dos achados desta pesquisa, foram elaborados dois artigos científicos. O primeiro artigo corresponde a um estudo descritivo, o qual visou traçar o perfil epidemiológico das condições de vida e saúde das comunidades quilombolas. Para atingir os objetivos deste artigo, foram estimadas as médias das variáveis quantitativas e as frequências absolutas e relativas das variáveis qualitativas, de cada comunidade, assim como foram estimadas a prevalência das doenças e agravos. O segundo artigo se constitui em um estudo exploratório, o qual analisou os fatores associados a doenças e agravos nas comunidades quilombolas de Feira de Santana, Bahia. Mediante a análise fatorial exploratória, foram estabelecidos os fatores latentes. Além disso, foram realizadas análises bivariadas e multivariadas para verificação de associação estatisticamente significante. Resultados: No primeiro artigo, constatou-se que as comunidades quilombolas de Feira de Santana-BA possuem características demográficas e socioeconômicas bem similares, sendo que as duas se encontram vulnerabilizadas em sua condição de vida e saúde. Dos 864 entrevistados, 63,0% são do sexo feminino, casados, apresentando uma média de idade de 42,6 anos, e de escolaridade, uma média de 7 anos de estudo, bem como 73,4% realizam trabalhos informais, especialmente nas funções de lavrador e agricultor. Em relação à vulnerabilidade ambiental, destaca-se que 99,5% não possuem rede de esgoto. Dentre os dados relativos às condições de saúde, observou-se que 67,1% disseram raramente procurar os serviços de saúde. As doenças de maior prevalência foram: doenças de ossos (15,8%); hipertensão arterial (22,3%); doenças parasitárias (25,0%); doenças de coluna (38,4%). Os agravos em saúde mais prevalentes ligados à saúde mental foram: fobias (12,3%); transtornos mentais comuns (18,4%) e ansiedade (26,7%). No segundo artigo verificou-se que, os fatores que mais respondiam às doenças e agravos mais prevalentes estavam relacionados a doenças crônicas (39,2%); agravos em saúde mental (48,8%) e a doenças de ossos e coluna (50,0%). Do fator 1: agravos em saúde mental, verificou-se que famílias que não recebem benefícios sociais têm 43% mais chances de ter algum agravo em saúde mental. Do fator 2: doenças crônicas, constatou-se que os indivíduos que fazem pouco consumo de verduras, frutas e legumes apresentam possibilidade de 1,42 mais chances de desenvolver uma doença crônica. Do fator 3: doenças dos ossos e de coluna, averiguou-se que sujeitos que estão trabalhando têm 1,44 mais chances de ter doenças de ossos e coluna, e para os que não recebem benefícios sociais, essa possibilidade aumenta para 1,93 vezes. A análise de regressão logística hierárquica foi realizada para os três fatores (1- agravos em saúde mental, 2- doenças crônicas e 3- doenças de ossos e coluna). Na análise multivariada os fatores associados às doenças e agravos nas comunidades quilombolas, no que tange ao fator 1 foram: recebimento de benefícios sociais (OR=1,63 IC80%:1,07; 2,50); material utilizado na construção da casa (OR=3,22; IC80%:1,17; 8,80); destino do lixo (OR=1,51 IC80%:1,07; 2,13); ter banheiro (OR=2,82; IC80%:1,17; 6,77); autoavaliação de saúde (OR=2,64 IC80%: 1,92; 3,65); tipo de medicação: (OR=0,15; IC80%:0,05; 0,45); problemas com cáries/canal (OR=1,47 IC80%:1,07; 2,01); idade (OR=1,84; IC80%:1,19; 2,84) e sexo (OR=0,48 IC80%: 0,34; 0,67). Em relação ao fator 2 foram: material utilizado na construção da casa (OR=3,18; IC80%:1,09; 9,28); ter banheiro (OR=3,69 IC80%:1,36; 10,01); idade (OR=1,87; IC80%: 1,18; 2,95) e sexo (OR=0,47; IC80%:0,32; 0,68). No fator 3 as variáveis foram: anos de estudo (OR=1,77; IC80%:1,20; 2,62); autoavaliação de saúde (OR=1,64; IC80%:1,15; 2,32); tipo de medicação (OR=6,12; IC 80%:2,59; 14,4) e idade (OR=1,61; IC80%:1,03; 2,51). Conclusões: Produziram-se evidências científicas acerca das condições de vida e saúde das comunidades quilombolas do município de Feira de Santana-BA e dos fatores associados às doenças e agravos que mais atingem essas populações. Nesta direção, verificou-se que as doenças e agravos nas populações quilombolas são determinados por fatores demográficos, socioeconômicos, ambientais e das condições de saúde. Espera-se que os resultados encontrados subsidiem novas pesquisas com essa população e que possam contribuir para a implementação de políticas sociais e de saúde específicas, assim como para a realização de intervenções intersetoriais com aplicabilidade loco-regional.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva}, note = {DEPARTAMENTO DE SAÚDE} }