@MASTERSTHESIS{ 2016:743052860, title = {Redução de danos em um CAPS AD: discursos de profissionais de saúde}, year = {2016}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/650", abstract = "O cuidado destinado a pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas historicamente se baseou no isolamento e correção moral. No século XX, surgem as primeiras estratégias de Redução de danos como medida para minimizar os riscos e danos relacionados ao uso abusivo de substâncias psicoativas. A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas apresenta como princípios norteadores a universalidade, integralidade, equidade, clínica ampliada, transversalidade, desinstitucionalização e a Redução de danos. Este estudo tem como objetivo analisar os discursos produzidos por profissionais de saúde de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) sobre Redução de danos. Realizou-se estudo de caso no qual participaram nove profissionais de saúde de um CAPS AD. Utilizou-se a entrevista semiestruturada, a observação sistemática e o método de Análise do discurso. Os resultados evidenciaram que o modo de organização do trabalho pela equipe multidisciplinar repercute no acesso do usuário, no processo de acolhimento e na adesão ao tratamento. O controle do usuário sobre o uso da droga figura no discurso dos participantes como uma questão de força de vontade, demonstrando que elementos compartilhados pelo senso comum, sobretudo a concepção de que o tratamento do usuário depende de seu desejo e força de vontade, estão presentes no discurso dos profissionais e sustentam uma ideia de que o usuário é o único responsável pelo sucesso do seu tratamento. O discurso dos profissionais evidenciou noções sobre a abordagem de Redução de danos, com significados que se distanciam do que preconiza a Política e reduzem a abordagem às estratégias de prevenção ao uso de drogas e de minimização dos agravos relacionados ao manejo de insumos e formas de uso das substâncias. Destacou-se nos discursos a dificuldade de alguns participantes em definir a abordagem e descrever sua operacionalização, o que se soma às falas que referem a ausência dessa prática no cotidiano do serviço, diante do que se conclui que a Redução de danos não é o modelo de atenção predominante no serviço. Os resultados demonstraram ainda que nos discursos dos profissionais estão presentes elementos que reiteram estereótipos negativos sobre os usuários de drogas e, apesar de socialmente compartilhados, repercutem negativamente no olhar do profissional. Considerando a participação de todos os profissionais em diversas modalidades de capacitação, questiona-se acerca de aspectos ideológicos que possam interferir no processo de implementação da Redução de danos, como a noção de que o sucesso do tratamento depende exclusivamente do usuário, a não tolerância a qualquer forma de uso de substâncias, e as resistências à própria abordagem. É necessário, portanto, investimento em ações que promovam a educação permanente na área de álcool e outras drogas, intensificando os aspectos relacionados à Redução de danos e sua operacionalização, reverberando nas práticas e no olhar dos profissionais sobre os usuários e, consequentemente, na transformação da situação de saúde de pessoas com problemas relacionados ao uso e abuso de drogas.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva}, note = {DEPARTAMENTO DE SAÚDE} }