@MASTERSTHESIS{ 2018:440043214, title = {Antonio Conselheiro pelo olhar do outro e por ele mesmo: uma análise discursiva da (des)construção de sua imagem}, year = {2018}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/677", abstract = "A guerra de Canudos é tema de muitos estudos e publicações e da figura de Antonio Conselheiro emergem diversas interpretações. Esse fato histórico ainda configura um vasto campo para estudo, especialmente no âmbito linguístico. Nessa esteira, a presente pesquisa, de caráter bibliográfico, parte dos discursos em torno do personagem central do movimento de Belo Monte e visa realizar um contraponto entre a sua imagem construída pelo olhar do outro e a imagem construída pelo seu próprio olhar. No primeiro caso, para compor os corpora da pesquisa, tomam-se como materialidade as primeiras notícias a seu respeito, veiculadas pelos jornais da época: uma do jornal O Rabudo, o primeiro a fazer referência à figura de Antonio Conselheiro, em 1874, outra do Diário da Bahia, de 27 de junho de 1876, e a última do Diário de Notícias, publicada quase duas décadas depois, em 31 de maio de 1893. Além das notícias, também são objeto de análise dois poemas de cordel, intitulados “Defendendo Conselheiro” e “Repousa Peregrino”, escritos pelo poeta e escritor euclidense José Aras cinquenta anos depois de findada a guerra de Canudos. No segundo caso, realiza-se uma análise de seis das prédicas manuscritas pelo Conselheiro, registradas em dois livros encontrados após o fim do conflito: três do livro de 1895 e outras três do livro de 1897. O intuito é analisar como funcionam os discursos que fazem referência ao líder de Belo Monte, uma vez que emergem de sujeitos discursivos e condições de produção específicos. Este trabalho fundamenta-se, desse modo, na Análise de Discurso francesa, proposta por Michel Pêcheux. Para compor o dispositivo teórico-analítico, apoiou-se, principalmente, na noção de Formações Imaginárias. As análises apontam que os diferentes sujeitos discursivos são interpelados por formações ideológicas diferentes e, por conseguinte, filiados a formações discursivas também distintas. Isso porque, conforme preconiza a AD pecheutiana, as formações imaginárias que os protagonistas desses discursos têm do seu lugar e do lugar do seu interlocutor, assim como sobre o que se fala, intervêm diretamente nas condições de produção do discurso, incidindo, portanto, no que é dito, como é dito e, por consequência, nos efeitos de sentido que emergem a partir desses dizeres. Isso explica porque a imagem de Antonio Conselheiro é negativa segundo o ponto de vista dos jornais, enquanto que, para o sujeito cordelista, filiado a uma outra ideologia, ocupando um outro lugar do dizer, ele é um mártir e herói. Noutra ponta, tomadas as prédicas para análise da imagem do Conselheiro sob o seu próprio ponto de vista, o sujeito discursivo, a partir da representação imaginária do lugar social de onde fala, tem de si a imagem de humilde servo e porta-voz da Palavra de Deus e guardião da verdadeira religião do Bom Jesus.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Estudos Linguísticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }