@MASTERSTHESIS{ 2008:2066743532, title = {CEGUEIRA E LUCIDEZ: OS ENSAIOS DE SARAMAGO}, year = {2008}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/24", abstract = "O português José Saramago escreveu dois romances cujos títulos apontam um diálogo entre si. Ensaio sobre a cegueira (1995) e Ensaio sobre a lucidez (2004), escritos e publicados em épocas distintas, se distinguem do conjunto da obra desse autor pelo título e pela relação que estabelecem entre si. Esses dois romances foram tomados como objeto de estudo deste trabalho, que foi executado através de pesquisa bibliográfica, utilizando a metodologia da literatura comparada. O ensaio como gênero literário se tornou conhecido no século XVI, com Michel de Montaigne. A brevidade é uma das características desse texto, que apresenta uma discussão pautada na liberdade crítica, expressando o ponto de vista do autor, cujo principal objetivo é instigar uma nova reflexão sobre algo já conhecido do leitor. Ele é composto com um nível de linguagem próximo do coloquial, como se fosse um diálogo entabulado entre o escritor e seu leitor imaginário. Os dois Ensaios de Saramago apresentam um narrador não-dramatizado que se coloca fisicamente no espaço da narrativa. Em Ensaio sobre a cegueira, o narrador relata os acontecimentos, entremeando-os com longas e constantes digressões. No segundo romance, Ensaio sobre a lucidez, ele se restringe a mostrar os acontecimentos, limitando ao mínimo o uso de comentários. Essa atitude do narrador estabelece uma profunda distinção entre os dois Ensaios: é esta distinção que estabelece o tom ensaístico em Ensaio sobre a cegueira e distancia Ensaio sobre a lucidez do formato ensaístico. Há, entre esses dois romances, uma relação de intratextualidade: Ensaio sobre a lucidez recupera alguns elementos do primeiro romance (a cor branca como símbolo, as personagens e a epidemia de cegueira), e se constitui como um prolongamento da primeira narrativa. Além disso, os termos cegueira e lucidez, assunto de cada um dos romances, estabelecem um diálogo semântico que trazem à discussão a associação entre ver, conhecer e o uso precípuo da razão. Saramago coloca em diálogo as idéias de Platão, com o seu mito da caverna, e Descartes. A cegueira é apresentada como a incapacidade e/ou impossibilidade do ser humano contemporâneo em desenvolver uma visão plena de si próprio e do ambiente ao redor. O autor explora a lucidez como a capacidade de refletir sobre os acontecimentos e reagir para modificar o que não considera satisfatório. Cegueira e lucidez são situações que se opõem e se distanciam. A lucidez seria a forma de acabar com a cegueira.", publisher = {UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural}, note = {Literatura e Cultura} }